José Maria de Eça de Queirós (1845–1900) foi um dos maiores escritores portugueses do século XIX e é considerado o principal representante do Realismo em Portugal. Sua obra literária caracteriza-se pela crítica social, pelo retrato irônico da burguesia e pela denúncia da hipocrisia de instituições como a família, a Igreja e a política. Formado em Direito, exerceu também a carreira diplomática, o que lhe deu uma visão cosmopolita e sofisticada do mundo.
Entre suas obras mais importantes estão O Crime do Padre Amaro (1875), que denuncia a corrupção do clero e os conflitos entre religião e desejo humano; O Primo Basílio (1878), um retrato das convenções sociais e das fraquezas humanas; e Os Maias (1888), considerado seu grande romance, que analisa com profundidade a decadência da sociedade lisboeta. Sua escrita alia observação minuciosa, ironia refinada e realismo crítico, colocando-o entre os grandes nomes da literatura universal.
A influência de Eça de Queirós ultrapassou seu tempo, marcando gerações de leitores e escritores. Sua obra segue atual pela forma como questiona valores sociais e expõe as contradições da vida em sociedade. Até hoje, é lembrado como um mestre do romance realista, cuja contribuição consolidou a literatura portuguesa no cenário europeu do século XIX.