Adolfo Caminha (1867–1897) foi um escritor brasileiro do final do século XIX, associado ao movimento naturalista. Nascido no Ceará, destacou-se por sua ousadia em tratar de temas considerados polêmicos para a época, como a homossexualidade, o racismo e as desigualdades sociais. Sua formação literária foi marcada pelo contato com correntes europeias, especialmente o Naturalismo francês, que influenciou fortemente seu estilo direto e crítico.
Entre suas principais obras estão A Normalista (1893), que retrata o cotidiano da sociedade cearense e expõe hipocrisias da vida provinciana, e Bom-Crioulo (1895), considerado o primeiro romance da literatura ocidental a abordar de forma explícita a homossexualidade masculina. Nesses trabalhos, Caminha mostrou-se atento às contradições sociais do Brasil da época, denunciando preconceitos e desigualdades por meio de personagens marginalizados.
Apesar de ter falecido jovem, aos 29 anos, Adolfo Caminha deixou uma contribuição significativa para a literatura brasileira. Sua escrita desafiou convenções morais e abriu espaço para a discussão de questões até então silenciadas, tornando-o um autor de grande relevância histórica. Hoje, suas obras são reconhecidas como parte essencial do patrimônio literário do país e estão disponíveis em domínio público, permitindo que novas gerações tenham acesso ao impacto de sua produção literária.
