“Inferno”, de Dante Alighieri, é a primeira câmara da Divina Comédia, composta no início do século XIV e concluída por volta de 1320. No poema, Dante — tanto autor quanto personagem — descreve sua jornada pelo Inferno, guiado pelo poeta romano Virgílio, passando por nove círculos onde encontra almas punidas por diferentes pecados. A narrativa combina imagens vívidas e cenas dramáticas para mapear uma visão moral e teológica do mundo medieval.
A obra usa recursos como a contrapasso (a punição que reflete poeticamente o pecado) e está escrita em terza rima, um esquema de tercetos que torna a métrica e o ritmo muito característicos — e difíceis de traduzir com perfeição. Dante mistura mitologia clássica, personagens bíblicos e figuras contemporâneas (muitos florentinos e rivais políticos aparecem), usando o poema tanto como alegoria espiritual quanto como crítica social e política. Esse entrelaçar de níveis — pessoal, moral, histórico — é parte do que torna o Inferno tão complexo e estudado.
O impacto literário e cultural de “Inferno” é enorme: influenciou poesia, pintura, música e pensamento ocidental por séculos. Por estar em domínio público, o texto original e várias traduções podem ser facilmente acessados em edições digitais e bibliotecas, o que facilita seu estudo em escolas e universidades — e também a criação de adaptações modernas.