Resumo

O Cortiço

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Resumo da Obra

A trama de O Cortiço inicia-se com João Romão, um ambicioso imigrante português que chega ao Rio de Janeiro com o desejo inabalável de enriquecer. Ele começa sua jornada de forma humilde, explorando uma taverna e uma pedreira ao lado de Bertoleza, uma escrava alforriada que se torna sua companheira e o auxilia em suas empreitadas, dedicando-se com a mesma obstinação.

A frugalidade e a labuta incansável são as marcas de João Romão. Ele acumula dinheiro de grão em grão, comprando terras vizinhas, construindo casas para aluguel e, assim, dando origem ao cortiço que dá título à obra. Seu sucesso é resultado de uma persistência quase desumana e de uma astúcia que beira a crueldade, sempre visando o lucro e a expansão de seu patrimônio.

A chegada de Jerônimo, outro português, com sua esposa Piedade e a filha Pombinha, marca um novo capítulo na vida do cortiço. Inicialmente, Jerônimo é um homem trabalhador e respeitador, que inspira ordem e disciplina no ambiente. Sua presença contrasta com a efervescência e a informalidade dos demais moradores, trazendo um ar de decência àquela comunidade.

Contudo, a influência do novo meio começa a agir sobre Jerônimo. Ele se apaixona por Rita Baiana, uma mulata sensual e envolvente, que dança e canta de forma cativante. A paixão avassaladora por Rita o leva a abandonar Piedade, seu trabalho e seus valores morais, mergulhando na indolência e na sensualidade, uma clara demonstração da força do ambiente sobre o indivíduo.

Paralelamente, o vizinho abastado, Miranda, um comerciante português de posses, observa com desprezo a ascensão de João Romão e a vida promíscua do cortiço. A princípio, ele vê João Romão como um bruto, mas a riqueza crescente do ex-taberneiro o incomoda e o leva a uma espécie de competição velada, tentando superar o vizinho em ostentação e status social.

O cortiço, enquanto entidade, evolui de um amontoado de moradias para um microcosmo social intenso. A vida lá dentro é cheia de intrigas, paixões desenfreadas, festas e brigas. Personagens como Pombinha, que de menina inocente é iniciada no mundo adulto e em um casamento arranjado, ilustram a teia de relações e a falta de oportunidades para muitos.

A ambição de João Romão não se limita à riqueza material, ele almeja também a ascensão social. Para isso, planeja casar-se com Zulmira, a filha de Miranda, para consolidar sua fortuna com um bom sobrenome e adentrar o círculo da alta sociedade carioca, que ele tanto desprezou e invejou. Esse casamento representa o auge de sua estratégia de vida.

Para realizar seu plano de casamento com Zulmira, João Romão precisa se livrar de Bertoleza, sua companheira de anos. Ele forja documentos e a entrega a capangas que a acusam de ser uma escrava fugida. Ao perceber a traição e a crueldade de João Romão, e diante da iminência de ser levada de volta à escravidão, Bertoleza comete suicídio, um desfecho trágico e marcante.

A obra é permeada por um determinismo forte, onde as paixões e os instintos afloram. A degradação moral de Jerônimo, a rivalidade entre as mulheres, as doenças e as lutas pela sobrevivência transformam os personagens em quase animais, agindo por impulsos e necessidades básicas, em um processo de animalização que é central ao Naturalismo.

Ao final, João Romão atinge seu objetivo. Casa-se com Zulmira, é aceito na sociedade e vive em uma mansão, mas seu triunfo é manchado pelo abandono e pela morte de Bertoleza. O Cortiço encerra-se com a vitória do mais forte e ardiloso, deixando um legado de crítica social e uma representação viva das condições humanas e das complexas relações sociais no Brasil do século XIX.

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