“Paraíso”, de Dante Alighieri, é a terceira e última parte da Divina Comédia, escrita no início do século XIV e concluída por volta de 1320. Nessa cantiga, Dante, agora guiado por Beatriz, sobe pelos nove céus que correspondem às virtudes teológicas e morais — desde a Lua até o Primeiro Móvel — até atingir o Empíreo, onde tem a visão beatífica de Deus. A narrativa é menos imaginativa em cenas grotescas que o Inferno e menos cotidiana que o Purgatório; aqui predominam visões místicas, argumentos teológicos e discussões filosóficas.
A linguagem de Paraíso é mais abstrata e densa: Dante trata de conceitos como a iluminação divina, o amor ordenante e a harmonia dos céus, usando imagens de luz e proporção matemática para traduzir o que é, por definição, inefável. A obra mantém a forma da terza rima e combina referências filosóficas (principalmente tomistas) com figuras históricas e religiosas. Ler o Paraíso costuma exigir atenção a conceitos medievais e a alusões eruditas, mas recompensa com uma das conclusões mais poderosas da literatura ocidental.
Por estar em domínio público, “Paraíso” está amplamente disponível em edições críticas e traduções para o português, o que facilita tanto o estudo quanto a comparação entre versões.