“Purgatório”, de Dante Alighieri, é a segunda parte da Divina Comédia, escrita no início do século XIV e concluída por volta de 1320. No poema, Dante — ainda guiado por Virgílio — chega a uma montanha na ilha do Purgatório onde as almas se purificam antes de subir ao Paraíso. A estrutura é organizada: há o Ante-Purgatório, sete cornijas (cada uma associada a um dos sete pecados capitais) e, no cume, o Jardim do Éden (o Paraíso Terrestre).
Ao contrário do Inferno, o Purgatório enfatiza o arrependimento, a penitência e a possibilidade de transformação moral. As punições aqui são purificadoras, não apenas retributivas; muito do poema trata da recuperação da razão e do amor ordenado como caminho para a bem-aventurança. Dante mistura diálogos teológicos, encontros com figuras históricas e reflexões pessoais, usando imagens de luz e música para representar progresso espiritual — é uma passagem mais esperançosa e pedagógica dentro da trilogia.
Por estar em domínio público, o Purgatório pode ser encontrado em várias edições críticas e traduções para o português, o que facilita o acesso para estudo e leitura.