Escrito em 1904, O Livro da Lei (Liber AL vel Legis) é apresentado por Aleister Crowley como uma revelação recebida no Cairo, em três dias consecutivos, ditada por uma entidade chamada Aiwass. O texto inaugura a filosofia de Thelema e marca o início do chamado Æon de Hórus, trazendo como princípio central a máxima “Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei”.
A obra é composta por três capítulos, cada um atribuído a uma divindade simbólica: Nuit, deusa do infinito e do céu estrelado; Hadit, representação do núcleo interior e da centelha divina; e Ra-Hoor-Khuit, a face guerreira do sol. Com uma linguagem poética, repleta de símbolos místicos e imagens inspiradas no Egito antigo, o livro se apresenta de forma enigmática e aberta a múltiplas interpretações.
Mais do que um simples texto religioso, O Livro da Lei é um manifesto espiritual que convida cada indivíduo a descobrir e viver sua verdadeira vontade. Crowley enfatiza que a obra não deve ser interpretada como dogma externo, mas como guia interior, destinado a despertar no leitor a consciência de sua própria liberdade e responsabilidade diante da vida.