Publicado em 1869, O Navio Negreiro é um dos poemas mais célebres de Castro Alves e um marco da poesia abolicionista brasileira. A obra descreve com força imagética e tom épico a travessia de um navio repleto de africanos escravizados, revelando as condições desumanas da viagem e denunciando a crueldade do tráfico negreiro.
Dividido em seis partes, o poema alterna entre descrições grandiosas da natureza e imagens chocantes do sofrimento humano. Castro Alves utiliza uma linguagem intensa e dramática para contrastar a beleza do mar e do céu com a brutalidade das correntes, do sofrimento e da morte dentro do navio. O efeito é de denúncia e de sensibilização do leitor diante da barbárie da escravidão.
Mais do que uma obra literária, O Navio Negreiro é um manifesto político e social. Sua força retórica e seu apelo à justiça ecoaram no movimento abolicionista do século XIX, consolidando Castro Alves como o “poeta dos escravos” e tornando o poema uma das mais poderosas expressões de engajamento humanitário na literatura brasileira.