“O Primo Basílio”, de Eça de Queirós, é um romance publicado em 1878 que narra a história de Luísa, uma jovem casada com Jorge, um homem trabalhador e previsível, cuja rotina é abalada pela chegada do primo Basílio, um português sedutor. O contato entre Luísa e Basílio evolui de flertes e cartas para um caso que, embora clandestino, será o núcleo de um escândalo íntimo. Paralelamente, a criada Juliana percebe a situação e passa a manipular provas e boatos, transformando detalhes privados em arma contra a patroa.
O livro funciona como denúncia do moralismo e das fraquezas da pequena burguesia lisboeta — Eça expõe vaidades, ciúmes, convenções sociais e a distância entre aparência e sentimento real. A narrativa combina ironia mordaz com observação psicológica: Luísa aparece tanto como vítima das limitações sociais quanto como agente de suas próprias escolhas; Basílio representa o oportunismo social; Juliana, a malícia prática que desencadeia a tragédia. Elementos como cartas, fofocas e intrigas domésticas são usados para mostrar como o privado se transforma em público e destrói reputações.
Estilisticamente, a obra é um exemplo do realismo crítico de Eça — descrição detalhada, diálogo cortante e crítica social bem afiadas — e continua sendo leitura frequente em cursos de literatura. Por estar em domínio público, “O Primo Basílio” está facilmente acessível em edições digitais e impressas, o que facilita seu estudo em sala de aula ou leituras pessoais.